E o bom velhinho então, esse eu tenho certeza, mero símbolo do comércio mundial, que ilude as pobres crianças, para algumas a magia de ganhar presentes esperados por todo o ano, para outras a interminável espera, de quem não se farta das comidas que passam compulsóriamente na TV centenas de vezes algumas semanas antes da esperada data.
Se calcularmos as injustiças, contrastes, ilusões implantadas por aqueles que lucram com nossos sonhos, tantas coisas não farão sentido, que a vida em dados momentos será vaga de significados.
A muito tempo descobri que qualquer coisas, seja ela qual for, tem o significado que você quer que ela tenha, e é assim que encaro tudo na minha vida, uma palavra mal- dita, um olhar indesejado, um sorriso de quem esconde pensamentos nem tão alegres assim, absolutamente tudo, e nesse tudo inclui o Natal.
O Natal é o dia em que você olha sua família, e mesmo ainda enchergando os defeitos de cada membro, mesmo assim, orgulha-se daquelas pessoas que compartilham consigo não só a comida posta à mesa, mas o sangue que corre em suas veias; é o dia de olhar a si mesmo e sem nenhuma máscara, seja aquela que o mundo te obrigou a colocar ou aquela que escolheu, e enchergar quem você realmente é, e lembrar de quem um dia foi.
Quando o ano está próximo do fim sempre olho pra tráz, e tento me lembrar com a maior clareza possível, dos tombos que levei, de quantas vezes a vida gritou comigo me mandou calar a boca e apanhar meu orgulho do chão, para que cada arranhão não tenha sido em vão, para que não seja só alegrias, vitórias, percas, derrotas, mas para que seja lições.
Há outra coisa que aprendi a um outro bom tempo, você pode aprender alguma coisa com a vida, ou aprender com a dor como se vive.
É só. Feliz Natal a todos e seja qual for sua forma de encarar essa data, que os faça bem, que estejam perto de quem gosta seja daquela família que por algum motivo você tem, ou por aquela que você escolheu.
